quinta-feira, 17 de novembro de 2011

O sol...

... Tenta brilhar, com dificuldade. Mais uma tarde de inverno.
Cá estou eu novamente, sentada na janela olhando a neve cair. Lá fora pode estar tão frio, mas dentro de mim, a alma congela.
Pego novamente o violino, assim tocando. Tão suave, com sua beleza entristecida.
E toda vez que toco, sinto como se a minha vida se resumisse naquilo. Em um sentimento tão profundo onde o resultado é o nada.
Novamente a tristeza estava tomando conta de mim.
Coloco o violino de lado, já não é o suficiente para acabar com a dor de estar só, que a cada dia me possui  mais.
Levanto-me,  e vou até a cozinha... Lentamente. Cada passo, sinto como se estivesse conduzindo-me à  morte. Abro a geladeira e pego a única garrafa de vinho que havia.
Olho para a garrafa, no que aquilo iria me ajudar? Nada mais pode me ajudar, essa solidão não tem mais fim. Coloco-a em cima da mesa e vou para o meu quarto.
O que procuro?
Abro o guarda-roupa, ainda procurando. Pergunto-me o que. Mas sinto que preciso de algo para me fazer feliz. Preciso achá-lo.
Vejo uma lâmina, a pego. Olho para ela assim vendo o meu reflexo... O reflexo da pessoa que eu tanto odeio.
Coloco meu casaco e saio de casa, andando para qualquer direção. Qualquer lugar onde não tenha ninguém.
Até que percebo estar perdida, já não faz diferença.
Sento-me  em um banco, pego a lâmina e faço um corte um tanto profundo.
Vejo meu sangue se misturando com a neve. Mas ainda sinto que não é o suficiente.
Encosto a lâmina no meu pescoço. Ao fazer isso eu vejo um garoto, um tanto distante, mas conseguia  vê-lo perfeitamente. Então o ouço gritar pelo meu nome. Como pode alguém se importar comigo?
Levanto-me e fecho os olhos, e pela última vez sinto a neve cair sobre minha pele. Pela última vez sinto a tristeza em cada parte do meu corpo. E sem pensar duas vezes faço um corte no meu pescoço, muito profundo, o suficiente para morrer.
Caída no chão, na neve fria, sinto as mãos de alguém tocando meu rosto. Ouço uma voz masculina dizer meu  nome, falando que me amava. E sinto lágrimas tocarem minha face, não são minhas.
Agora percebo que nunca fui tão só, mas isso já é tarde. Eu acabei com tudo.

Coloquei aqui novamente, pois adoro esse texto. ^^'

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